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08 de março - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

08/03/2024

Heroínas de Pernambuco, do Brasil e do Mundo

No coração vibrante de Pernambuco, celebramos, em março, duas datas de imensa importância: a Data Magna do Estado, no dia 6, e o Dia Internacional da Mulher, no dia 8. Ambas as ocasiões refletem lutas por liberdade, igualdade e reconhecimento, tecendo entre si um elo histórico e inspirador.

A Data Magna, instituída pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, relembra o estopim da Revolução Pernambucana de 1817, um movimento audacioso que proclamou a independência do estado, marcando um período de 75 dias de uma nação livre e soberana. Este momento histórico, iniciado com a coragem demonstrada no Forte das Cinco Pontas e simbolizado pela fuga do governador Caetano Pinto, destaca-se não apenas pela ousadia dos seus líderes mas também pelo papel crucial desempenhado pelas mulheres, entre elas, a emblemática Bárbara de Alencar. Sua participação ativa na revolução desafia as narrativas tradicionais e ressalta a presença feminina na construção da nossa história.

Interessantemente, a lenda de que a bandeira da Revolução de 1817 foi idealizada por um padre e bordada por uma mulher fornece uma ponte simbólica entre estas datas significativas. Tal narrativa, embora ainda precise ter sua veracidade comprovada, ressalta - ao menos, simbolicamente - a colaboração e o papel fundamental das mulheres nos movimentos de resistência e libertação, ecoando os valores que celebramos no Dia Internacional da Mulher.

Embora os conceitos de feminismo e empoderamento feminino não fizessem parte do léxico nem do cotidiano dos pensadores do Iluminismo nos séculos XVIII e XIX, a insurgência de 1817 evidencia a contribuição significativa de uma mulher do sertão de Exu na batalha pela emancipação da província do jugo Português. Bárbara Pereira de Alencar (1760-1832), apesar de suas raízes em Pernambuco, desempenhou um papel ativo na política em Crato, Ceará, onde se destacou na promoção dos princípios republicanos. Como avó do renomado escritor José de Alencar, autor de "O Guarani" e de "Senhora", Bárbara era a matriarca de uma linhagem de insurgentes, desafiando o dominante patriarcado nordestino.

Entre seus cinco filhos, três se engajaram ativamente no movimento. Bárbara não apenas participou da Confederação do Equador sete anos mais tarde, mas também foi perseguida até seu último suspiro devido ao seu engajamento na causa. Reconhecida como uma das primeiras detentas políticas do Brasil, sua atuação foi crucial nos esforços pela independência do país.

O professor Erick Assis de Araújo, historiador e docente do mestrado em História pela Universidade Estadual do Ceará, destaca a singular coragem de Bárbara, ressaltando seu destemor notável em contraste com o modelo feminino da época, voltado para a docilidade e submissão. Ele observa que, apesar de sua liderança feminina ser reconhecida, ainda há um caminho a ser trilhado para que seu papel político, além de sua importância familiar, seja devidamente valorizado.

A pesquisa histórica tem progressivamente revelado a atuação feminina em revoltas, destacando mulheres como agentes centrais nos eventos históricos. Araújo enfatiza a necessidade de um reconhecimento mais profundo do papel político dessas mulheres, além de suas conexões familiares notáveis.

No estudo sobre o ano de 1817, a bibliotecária Fernanda Ivo Neves, integrante do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP), descobriu manuscritos que listavam os prisioneiros da Revolução, identificando apenas três nomes femininos em mais de 300 registros, incluindo o de Bárbara de Alencar. As demais eram uma criança indígena e uma jovens escravizada com histórias ainda não exploradas pela pesquisa acadêmica.

Neste contexto, não podemos esquecer da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul (FRAFEM), uma associação paramaçônica que reúne mulheres de maçons, promovendo a solidariedade, o desenvolvimento pessoal e a participação ativa na comunidade. A FRAFEM exemplifica como a presença feminina nas lojas maçônicas e nas entidades paramaçônicas enriquece nossas práticas e fortalece nossa fraternidade, sublinhando a importância da educação, da união e da ambiência fraterna.

Assim, ao refletirmos sobre a Data Magna de Pernambuco e o Dia Internacional da Mulher, reconhecemos não apenas a bravura e o espírito revolucionário de nossos antepassados mas também a força, a resiliência e a contribuição indispensável das mulheres em nossa sociedade. Que estas celebrações sejam um lembrete de nosso compromisso com a justiça, a igualdade e a fraternidade, pilares que sustentam tanto a nossa nação quanto a nossa ordem maçônica. Que o exemplo de nossas heroínas da Data Magna e de todos os Tempos nos lembre sempre que a mulher é uma coluna forte de sustentação da família, da nação e da humanidade! Todo maçom tem o dever de saber honrá-las, respeitá-las, protegê-las e exaltá-las, não apenas com entidades paramaçônicas femininas ou em datas comemorativas, mas a todo instante para a construção de um edifício social mais justo para elas e para todos nós! Viva Pernambuco! Viva a Força e a Coragem das Mulheres Pernambucanas e de todo o Mundo!

Ir∴ Marcos de Andrade Filho
Poderoso Grande Secretário Estadual de Educação e Cultura
GOPE | GOB


Emitido em 27/04/2024 04:19